sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Aprendendo a dirigir

Se tem uma invenção moderna que eu não me dou bem, essa invenção é o carro, sério, não consigo ver graça nenhuma em um trambolho de metal que pode chegar a custar milhões de dólares. Desde minha adolescência, resisti bravamente antes de me render a aprender a dirigir. Quem conseguiu me convencer foi a Kitsune, como sempre:

_ Quando eu ficar grávida e a bolsa estourar, quem vai me levar pro hospital, o taxista? - eu quase respondi que sim, mas pela cara que ela me fez, achei melhor pegar meu banquinho, sair de mansinho, e fazer um CFC baratinho.

Meu primeiro passo foi fazer o psicotécnico, logo percebi que ligar o cavalo ao seu rabo era pegadinha, então liguei o eqüino à uma máquina de lavar, que é para esses psicólogos de araque perceberem que não podem me enganar tão fácil assim. Reprovei, mas passei após pagar uma bagatela de $300 para a auto escola.
Estudando em casa, com a ajuda de
Kitsune e Hugo, o trigêmeo do meio.
Em seguida, além de ter que frequentar uma sala de aula com um monte de adolescentes de 16 anos, tive que estudar um livrinho chato para fazer a prova prática. Eu estudava em casa, no trabalho e até depois do sexo de domingo a noite. 

Foram 15 dias de tortura, onde tive que aprender mecânica, primeiros socorros, direção defensiva, filosofia de bar, cervejaria alemã e baixa gastronomia local. Tá bom, tá bom, talvez alguns desses assuntos eu não tenho aprendido exatamente dentro da sala de aula, mas eu tava lá, então valeu como aprendizado. Também reprovei na prova teórica, mas nada que uma quantia de $500 não resolvesse.
Stwart, meu professor de 97 anos:
"Carro é que nem mulher".

O terceiro passo foi ir para a parte prática da coisa, ou seja, dirigir de fato. Meu instrutor foi Stwart, um velhinho simpático de 97 anos. Percebendo minha total falta de habilidade com o volante, ele me disse uma coisa que até hoje levo como filosofia pessoal:

_ Meu filho, carro é que nem mulher, depois que engata a primeira, vai que é uma beleza. - Stwart podia ser mais cego que uma Topeira, mas entendia de carro e mulher como ninguém.

Strike nos ecochatos que andam
de bicicleta!!!
Foram mais 15 dias dirigindo pra cima e pra baixo, mas em nenhum momento me senti realmente confortável dirigindo aquela geringonça. Meu único momento de alegria foi quando mirei um bando de ecochatos, que por azar do destino, decidiram passar de bicicleta na minha frente. Olhei para Stwart, ele olhou pra mim:

_ Strike!!!! - gritamos juntos.

Reprovei de novo, e desta vez tive que pagar $1000, mais as depesas do hospital dos ecochatos, só para conseguir pegar minha carta, um verdadeiro assalto!

P.S.: Quando a bolsa de Kitsune estourou, acabei passando mal ao ver a placenta saindo dela e precisei ser hospitalizado também. Quem nos levou ao hospital foi Miss Stevenson, que me chama de frouxo até hoje.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Chenson's Foods: O início

Está mais do que na hora do mundo saber como transformei um pequeno empreendimento, em uma multinacional de sucesso, então hoje vou contar como abri a minha empresa, a Chenson's Foods Inc.

Billy (em pé) trabalhava, enquanto
eu (sentado) já pensava no futuro.
Tudo começou em Omaha, minha cidade natal. Minha primeira profissão foi de atendente em uma lanchonete, onde além de lavar, passar e cozinhar, também costurava o uniforme do pessoal e desentupia o banheiro dos clientes.

Menina selvagem, já domesticada,
que comeu 100 hambúrguers crus.

Eu sempre fui um rapaz sonhador e, nos meus raros momento de folga, eu ficava pensando no futuro e no que iria fazer dali a 10 anos. Eis que um dia me veio a resposta, na forma de uma menina selvagem que apareceu na porta da lanchonete.

Ela estava nua e rosnava feito um lobo. Além de avançar nos clientes, a menina ainda saia correndo atrás dos carros, como fazem aqueles Chiuauas que eu tanto odeio.

Na tentativa de acalmar a menina selvagem, começamos a jogar hambúrguers crus pra ela, que sem titubear, devorava-os em uma bocada só. Foram necessários 100 hambúrguers para a menina começar a ficar sonolenta. Neste momento, a carne tinha acabado, mas a fome dela ainda não. A solução encontrada foi pegar algumas minhocas no jardim e amassá-las na chapa, simulando algo parecido com carne de boi. e deu certo, a menina adorou a ideia e começou a pular de alegria. Pulou tanto que acabou dormindo.

Joey, o cliente mais fiel da Chenson's
Foods: virou o nosso logo oficial.
A selvagem foi se acostumando com a gente e ganhou o apelido de "Lobinha", porém, mantive minha receita de hambúrguer de minhoca em segredo. Anos depois utilizei aquela mesma receita para abrir minha própria lanchonete, a primeira Chenson's Foods do mundo!!!

O hambúrguer de minhoca logo se tornou um sucesso, principalmente por causa dos nossos clientes mais fiéis. Joey, um entusiasta da milenar culinária de lanchonetes, serviu até mesmo de inspiração para o logo oficial da nossa empresa.

Hoje, após 10 anos de existência da Chenson's Foods, estamos presentes em 50 países, empregamos cerca de 1 milhão de funcionários e recebemos vários prêmios de franchising mais rentável do setor. E é assim, a partir de uma brilhante ideia, que surgiu a maior cadeia alimentícia do planeta!!!

P.S.: Anos depois, Lobinha se envolveu com um Pastor Alemão, com quem se casou e teve uma prole de 3 filhotes. Billy, meu primeiro colega de emprego, hoje em dia trabalha como cozinheiro em uma High School. Já Joey, nosso melhor cliente, morreu recentemente de um enfarto, logo após ingerir um hambúrguer da concorrência.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O dia em que tentei salvar o mundo!

Hippies simpáticos que visitaram
a Chenson's Foods Inc.
O ser humano é mesmo engraçado, após séculos de luta contra a natureza pela sobrevivência, quando começamos a ganhar a batalha, aparecem os ecochatos para acabar com a festa. Pois bem, outro dia desses uma organização ambiental resolveu visitar a Chenson's Foods. Eram quatro rapazes e uma moça, que mais pareciam uma tropa hippie que acabava de sair do Woodstock. Quando souberam que produzíamos carne processada, quase tiveram um ataque de nervos:

_ Ou você torna isso mais sustentável, ou faremos um protesto aqui na frente da empresa. - veio o ultimato de um deles.

Após essa ameaça, percebi que eu precisava mesmo mudar alguns maus hábitos, na tentativa de ajudar a salvar o mundo. Comecei com pequenas coisas, como consertar a torneira da cozinha, que já pingava há três meses. Também evitei de sair com o carro para ir ao trabalho e caminhei dois longos quarteirões até chegar na sede da empresa.

Trabalhando duro para
salvar o planeta !!!!
Depois parti para atitudes mais radicais, como usar sempre a mesma fralda nas crianças e fazer um depósito de sacolas plásticas na despensa de casa. Ainda nesta empreitada, comecei a adotar um novo sistema de reciclagem na Chenson's Foods, nossa nova filosofia passou a ser a seguinte: "A carne que não vendemos hoje, vira hambúrguer amanhã".

Com essas pequenas medidas, os lucros da empresa triplicaram com a reutilização da carne processada. Já em casa, economizamos 70%  dos gastos residenciais com a torneira que não pingava mais. Por outro lado, não cabia mais sacolinhas no ármario e os trigêmeos estavam com assaduras no bumbum, fato que deixou Kitsune muito brava comigo.

No final das contas, tive que dormir uma semana inteira no sofá, além de prestar contas para a vigilância sanitária, que desde então não sai do meu pé. Porém, eu como ferrenho defensor da natureza, não me renderei a estes empecilhos e continuarei na minha jornada para salvar o mundo!

Mas só poderei continuar minha heróica saga em um fututro próximo, que agora vou comprar um casaco de pele para a Kitsune. Sabem como é, preciso fazer as pazes com a patroa...

domingo, 10 de outubro de 2010

Grávida!!!

Chester em pânico, muitos
filhos, pouco dinheiro
Eu e Kitsune já estamos juntos há vinte e cinco anos e um dos momentos mais emocionantes da minha vida foi quando ela me disse que estava grávida. Minha primeira reação, claro, foi desmaiar. A segunda foi entrar em pânico. A terceira foi chamar os amigos e ir encher os cornos de cerveja no bar do Willie.

E gravidez, minha gente, é uma coisa engraçada, pois a partir de uma única célula surge toda uma vida nova. Durante esse período, Kitsune ficou com uma fome de leão e comia tudo que via pela frente. Além dos desejos esquisitos:

_Ai que vontade de comer terra.

_Terra?

_É Chester, daquelas bem arenosas, do tipo que usam em material de construção.

_Mas Kitsune, terra?

_Você não quer que nosso filho nasça com cara de terra, quer? - Ela sempre usava esse golpe baixo pra me convencer.


Mary Kate e Ashley com
a tia Elsa
Na primeira vez que fomos fazer o ultrassom, descobrimos que íamos ter duas meninas. Minha primeira reação foi querer pular da janela. A segunda foi fumar um maço de charutos. A terceira foi chamar os amigos e ir encher os cornos de whisky no bar do Willie.

Quando Mary Kate e Ashley nasceram, foi uma grande festa. Convidamos os amigos, os amigos dos amigos, os inimigos e até mesmo os parentes, esses ingratos.


Os trigêmeos José, Hugo e Luís.
Oito anos depois ela engravidaria novamente, desta vez de três meninos. Minha primeira reação foi querer fugir para um país bem longe. A segunda foi perder os cabelos de tanta preocupação. A terceira foi chamar os amigos, encher os cornos de cerveja com whisky no bar do Willie e comprar equipamento de football para os pimpolhos.

Foi difícil cuidar dessa criançada, principalmente da Ashley, que era a ovelha negra da família e sempre se metia em confusão. Por outro lado, ver seus filhos crescerem é uma experiência inigualável e sempre me lembro com muito carinho das noites mal durmidas, das trocas de fraldas e até mesmo daquela vez em que o Huguinho vomitou no meu paletó Armani novinho em folha. Porém, esta e outras histórias ficam para os próximos posts. Namastê.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A história de Chester e Kitsune

Bem, para o primeiro post, contarei para vocês como eu conheci a Kitsune, minha fiel companheira de aventuras. Filha de um japonês e uma americana, conheci ela quando fiz uma viagem ao bairro da Liberdade, que fica no Japão. Impressionado com sua beleza, similar a um flor de cerejeira, comecei a cortejar aquela bela dama de traços orientais.
Kitsune: dos mangás para a
vida do Chester

_Será que chove? - perguntei, lançando meu irresistível olhar 43.

Da meteorologia fomos para temas mais picantes, como a rodada do brasileirão e a atual política nacional. Não deu outra, ela se apaixonou por mim. Em conversas mais íntimas, descobri que seu nome, em japonês, significa raposa, o que condiz com sua personalidade sagaz e astuta. E foi essa personalidade que nos levou ao primeiro beijo, já que eu me fazia de difícil e apenas flertava com aquela linda donzela.

_Chester, cala a boca e me beija. - foi o que ela disse pouco antes de nos beijarmos. Naquele momento o mundo parou e meu coração batia tão forte que achei que ia infartar, mas a realidade voltou mais rápida, na forma de uma panelada na cabeça.

Miss Stevenson Ikehara, minha
adorável sogra
_O que é essa pouca vergonha na minha sala? - Era a mãe de Kitsune, Miss Stevenson Ikehara, que acabava de chegar da lavanderia.

Como todo bom casal, nós fomos ao cinema, aos bailes, aos almoços de domingo e até mesmo ao karaokê com a avó Akemi, matriarca da família.

Bem, o resto desta história é bem comum: nos casamos, tivemos filhos, brigamos, fizemos as pazes e entramos na era digital, não necessariamente nesta ordem.  Mais de nossa história vocês acompanharão neste blog, no nosso twitter ou até mesmo no facebook, esperamos que gostem. Namastê!